A evolução da área da saúde vem aumentando a oferta de tratamentos diferenciados e mais modernos. A afirmação pode ser utilizada em referência a várias patologias, como no caso de pacientes que precisam ser submetidos a uma cirurgia de hérnia.
Segundo informações da Sociedade Brasileira de Hérnia e Parede Abdominal (SBH), em 2019 foram realizadas 282 mil operações no país para tratar o problema. E isso se deve, inclusive, ao uso de técnicas menos agressivas e dos materiais cirúrgicos que beneficiam tanto os médicos quanto os pacientes.
Hoje, são usados dois tipos de intervenções para casos de hérnia: as cirurgias por videolaparoscopia ou de forma convencional, “aberta”. Mesmo sendo mais indicada, a cirurgia menos invasiva representa somente 0,62% no montante informado na estatística acima.
É preciso, no entanto, citar que, em 2020, devido à pandemia de coronavírus, o número de intervenções realizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) caiu 50% em comparação ao período do ano anterior (janeiro a agosto). De acordo com a SBH, o número não é motivo de comemoração, afinal, muitos pacientes podem chegar a óbito por não buscar o tratamento necessário direto em um hospital devido ao medo de contaminação.
A hérnia acontece quando parte de um órgão do corpo humano se desloca e causa uma alteração da forma do abdômen. Isso acontece em pontos de fraqueza na musculatura da parede abdominal. O caso pode se agravar se houver o estrangulamento da hérnia, quando o órgão fica preso no anel herniário, podendo comprometer a passagem de sangue.
Existem diversos tipos de hérnias, que são classificadas por sua localização na anatomia humana:
Inguinal: É o tipo mais comum e representa cerca de dois terços das hérnias em adultos, acometendo mais os homens do que as mulheres.
Umbilical: causada por alguma imperfeição no fechamento da cicatriz do umbigo, e pode ser congênita ou adquirida.
Femoral: surge próximo à virilha ou coxa quando o conteúdo do abdômen se projeta pelo canal femoral. Apesar de ser um tipo menos comum, surge, na maioria das vezes, nas mulheres.
Incisional: são as que surgem no abdômen junto à região que já foi submetida a uma intervenção cirúrgica; são ocasionadas por má cicatrização, infecções, obesidade, etc.
Epigástrica: surge devido ao afastamento dos músculos retos abdominais, acima do umbigo (linha média do abdômen).
Os casos de hérnia são resolvidos apenas com a cirurgia chamada de herniorrafia, já que causa, além de incômodo, muitas dores ao paciente, cabendo ao médico cirurgião avaliar a intervenção possível e mais indicada.
O termo hérnia tem origem grega, e quer dizer “rebento” ou botão. É justamente da Grécia que vem as primeiras referências à patologia, através de inscrições em uma pedra. Em seguida, os egípcios, no ano de 1500 a.C. também a descreveram em papiros.
As intervenções cirúrgicas para tratamento de hérnias, na Idade Média, eram indicadas apenas em casos de muita dor e, em sua maioria, recomendadas apenas aos jovens. Somente a partir do século XVIII foram iniciados estudos mais completos sobre as hérnias, com aprofundamento das pesquisas da anatomia humana para entender o que ocorre no organismo que causa o surgimento do problema.
Considerado o pai da moderna herniorrafia, Edoardo Bassini revolucionou o tratamento de hérnias, em 1888, com o conceito de restaurar e reforçar o assoalho inguinal.
Entre as técnicas desenvolvidas para atenção ao paciente e visando maior eficácia na cirurgia de hérnia está o pneumoperitônio progressivo, chamado de PPP. Criado na década de 50, o protocolo ainda está em uso e consiste na redução do conteúdo do abdômen herniado através da pressão que o ar exerce na cavidade abdominal. O PPP é utilizado no pré-operatório como forma de facilitar a intervenção cirúrgica e demonstra grande eficácia especialmente nos procedimentos mais complexos, como os que envolvem casos de hérnias gigantes, onde o paciente corre risco de morte.
Durante anos, a intervenção para fechamento da hérnia ocorria apenas através de suturas nos músculos do abdômen. A técnica, no entanto, foi associada ao alto índice de recidiva da hérnia. Mas, no final dos anos 50, Francis C. Usher apontava o uso de telas como o mais eficaz no tratamento de hérnias. Em seu estudo publicado, ele afirmava que a aplicação de uma prótese de polipropileno na região inguinal deveria fazer parte das técnicas operatórias. Nascia, então, a tela de Marlex.
Na década de 80, foi introduzido o conceito d a reparação das hérnias utilizando a prótese em rede. A técnica leva o nome do seu idealizador, Lichtenstein, e é considerada uma dos maiores achados da área médica. Seu princípio básico é promover uma cirurgia de hérnia, no caso, inguinal (direta ou indireta) usando a prótese em tela e evitando o aumento da pressão intra-abdominal.
Como já mencionado acima, o médico e pesquisador americano Francis C. Usher é considerado o precursor das técnicas cirúrgicas que previam a utilização de próteses para corrigir hérnias. Através de um trabalho dele, publicado em 1959, o reforço das suturas através de uma tela de polipropileno começou a ganhar notoriedade.
A tela de Marlex funciona como um reforço dos tecidos naturais do corpo humano para evitar a recidiva da hérnia, e é possível encontrar exemplares com alta tecnologia e inovação disponíveis no mercado nacional.
Oferecemos dois modelos diferentes, ambos em polipropileno. Um deles (modelo L0 é monofilamentar; possui diâmetro de fio de 0,15mm – disponível nos tamanhos pequeno, médio e grande, para melhor ajuste à área em que será utilizada. O outro (modelo C) tem semi grip e sistema duplo ponto; com fio de 20mm de diâmetro e porosidade de 2,6mm x 1,5mm. Ambos altamente eficazes e seguros.
Escolher o tipo de tela que será usada na cirurgia de hérnia é uma decisão que deve ser dividida com o paciente, sempre visando a saúde, bem-estar e qualidade de vida.